O que seria o líquido vermelho escorrendo como sangue em uma geleira da Antártica?


O que seria esse líquido vermelho escuro escorrendo como sangue no meio da vasta brancura da Antártica?

A cor vem da antiga água do mar rica em ferro presa sob o gelo há 2 milhões de anos. Mas os segredos da chamada Blood Falls (“Cataratas de Sangue”, em português), conhecida desde 1911, estão apenas começando a serem desvendados.


Quem mora nessas águas vermelhas?

Pela primeira vez, os cientistas foram capazes de tirar uma amostra profunda enterrada sob o gelo.

Enquanto a enorme cachoeira (comparável a um prédio de cinco andares) era conhecida há décadas, só em 2004 uma equipe liderada por Jill Mikucki, microbiologista agora na Universidade do Tennessee (EUA), conseguiu uma amostra da vida microbiana na boca das cataratas.

Uma vez que os micróbios recuperados eram organismos que normalmente vivem em lugares extremamente escuros, salgados e com menos oxigênio, o local se tornou único para estudar extremófilos fora do seu habitat natural inacessível.

Mas ainda havia um problema: a exposição à luz e oxigênio na boca das quedas poderia distorcer os resultados. Assim, no último inverno da Antártica, a equipe voltou para estudar a cachoeira carregando o IceMole, uma caixa de metal retangular com topo de cobre e um parafuso na extremidade, capaz de derreter o seu caminho através do gelo.

Novas amostras

O IceMole não viaja em linha reta para baixo como uma broca convencional; aquecimento diferencial na sua ponta permite que ele mude de direção. Ele parece um pouco com uma grande agulha hipodérmica pronta para inocular uma geleira.

Usando o dispositivo, a equipe de Mikucki colheu amostras diretamente de uma grande veia que vai do reservatório salgado enterrado até as cataratas. Para localizar as veias líquidas e orientar o IceMole, a equipe usou termômetros colocados em perfurações no gelo.

O próximo passo é analisar essas novas amostras, não contaminadas por conteúdo químico e vida microbiana.

A cachoeira é bastante diferente de qualquer outro lugar da Terra, de modo que os extremófilos que vivem nela, isolados por milhões de anos, devem ser bastante originais, também. 

Fonte: hypescience

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