Os peixes que viajaram sozinhos por 2 anos no “navio tsunami” do Japão aos EUA


Em uma viagem de dois anos através do Pacífico, uma caixa de isca em um barco japonês se transformou em um aquário para cinco peixes listrados (Oplegnathus fasciatus).

O barco de fibra de vidro tinha 6 metros e provavelmente começou sua viagem no Japão quando o tsunami atingiu o país em março de 2011.

Por algum tempo, restos de navios desmontados pela onda gigante foram se aproximando da costa oeste dos EUA, carregados com plantas marinhas e invertebrados, como algas e cracas, além de caranguejos e estrelas do mar vivos e agarrados a partes dos cerca de 1,5 milhões de toneladas de detritos desencadeados pelo desastre.

Mas esta é a primeira vez que peixes vivos foram encontrados após tal jornada de 7.600 quilômetros, originada na Ásia.

O animal, juntamente com outras criaturas marinhas japonesas, atracou em Long Beach, Washington (EUA), mês passado. Allen Pleus, o coordenador de espécies aquáticas invasoras do Departamento de Peixes e Vida Selvagem de Washington, acredita que o barco conseguiu flutuar na posição vertical, com sua popa alguns metros abaixo da superfície do oceano. A caixa de isca tornou-se uma “pequena caverna” onde os peixes conseguiram sobreviver, se alimentando de outros organismos no barco.


O Oplegnathus fasciatus é um peixe tropical encontrado principalmente em águas rasas ao longo da costa japonesa. Os que pegaram uma carona para os EUA tinham cerca de 11 centímetros de comprimento. Quase todos foram sacrificados para evitar a introdução de uma nova espécie invasora ao longo da Costa Oeste, e um está em exposição no Aquário de Seaside em Seaside, Oregon (EUA).

O curador do aquário, Keith Chandler, disse ter ficado surpreso ao ver que os peixes sobreviveram a uma viagem em água muito mais fria do que a que estão acostumados. “Mas eu acho que eles tiveram dois anos para se aclimatar”, disse.

Esse animal semitropical que mora em recifes é um alimento muito popular no Japão. O fato de ter chegado aos EUA vivo levanta a questão de como muitos outros peixes também ficaram à deriva depois do tsunami, podem ter sobrevivido, chegado aos EUA e nadado para longe antes de serem descobertos.

Fonte: hypescience

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