Caminhadas ajudam a reduzir o risco de demência


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Todo mundo sabe que a caminhada é um bom exercício. Mas ela tem um outro benefício não tão famoso assim que pode ser um incentivo a mais para começar essa prática todo os dias: estudos mostram que uma caminhada diária de 20 minutos pode reduzir o risco de demência em até 40%.


Com base nessas descobertas, uma equipe de neurologistas da Clínica Mayo, em Jacksonville, nos Estados Unidos, está recebendo pacientes imobilizados por doenças para estudar se o hábito de caminhar também pode ajudar a evitar o declínio mental.

O Dr. Jay Van Gerpen, que é neurologista nessa clínica, está recrutando pacientes de Parkinson em um estudo para ajudá-los a ficar em pé e manter a saúde do cérebro. Ele explica que essa atividade é de fundamental importância porque “andar a pé é uma janela para o cérebro”.


A importância de fazer caminhada todos os dias

Caminhar regularmente não só ajuda a preservar a função cerebral em pessoas saudáveis, como também protege contra outros danos causados pela demência, Alzheimer e doenças como o mal de Parkinson, uma doença degenerativa que causa tremores, comprometimento de funções motoras e declínio cognitivo.

Além de ajudar as pessoas com Parkinson, uma caminhada diária tem implicações mais amplas para as pessoas que estão desenvolvendo demência em uma taxa epidemia, disse Van Gerpen.

A demência está em ascensão e não apenas porque as pessoas do mundo todo estão vivendo mais, mas também por conta da alta incidência de doenças vasculares. A demência está relacionada à obesidade, pressão alta e diabetes e todas estas condições prejudicam o fluxo de sangue para o cérebro.

“Quando o fluxo de sangue em uma grande veia para o cérebro é bloqueado, uma pessoa tem um acidente vascular cerebral”, explica o Dr. Van Gerpen. “Quando pequenos vasos ficam bloqueados, o tecido cerebral também morre”. E o pior de tudo é que você simplesmente não percebe na hora.

Por que caminhar ajuda?

Andar a pé todos os dias reduz justamente o risco de pequenos acidentes vasculares. Também ajuda a retardar o aparecimento da demência e a proteger as funções que permanecem ativas no corpo – mesmo quando uma pessoa é atingida por doenças como Parkinson.

Casos de sucesso

Nos Estados Unidos, um homem de 66 anos tem mal de Parkinson já há mais de 20 anos. Ele estava usando um andador para se locomover, mas não conseguia ir muito longe. Ele também apresenta sérias dificuldades para falar.

Mas depois de se consultar com o Dr. Van Gerpen, as coisas mudaram.

O médico desenvolveu um dispositivo a laser muito simples que fica acoplado ao andador (ou bengala) dos pacientes e projeta uma linha a um passo de distância. Dessa forma, pacientes com essas doenças de que falamos focam todas as suas energias em cruzar essa linha, e para isso utilizam uma parte do cérebro que não está danificada pelas doenças. Assim, os pacientes, como este homem de 66 anos, conseguem fazer caminhadas sem maiores dificuldades e não só diminuem o avanço da doença, como também ajudam na recuperação do cérebro ao estabelecer novas conexões. Leia mais sobre esse incrível dispositivo aqui!

E o mais legal de tudo é que ninguém precisa esperar nove meses para ver os resultados. A esposa do paciente de que falamos ficou maravilhada ao ver que agora ele está se movendo horas e horas por dia, sem grandes dificuldades.

Robôs

Um cirurgião no Florida Hospital Celebration Health está usando um dispositivo robótico para tratar pacientes com Parkinson e ajudá-los a ficar a andar por conta própria. O neurocirurgião, chamado Nizam Razack, usa uma técnica de estimulação cerebral profunda para ajudar a aliviar os tremores e rigidez causados pelo Parkinson, facilitando a execução de tarefas diárias.

Para conseguir performar essa técnica, ele utilizado o robô Mazor, um dispositivo inteligente que é do tamanho de uma lata de refrigerante. Funciona assim: Razack coloca eletrodos dentro dos cérebros dos pacientes para estimular áreas específicas. Os eletrodos, que ficam no cérebro de forma permanentemente, têm se mostrado excelentes aliados para melhorar a tremores em muitos pacientes.

O Dr. Razack já realizou o procedimento sem o auxílio robótico mais de 1.000 vezes, ele disse, e com o robô apenas 10 vezes – por ser uma nova tecnologia. Segundo ele, o robô é uma outra maneira de fazer o procedimento, e pode ajudar na precisão, sendo uma mão a mais para que os cirurgiões consigam colocar os eletrodos com uma precisão milimétrica absolutamente incrível.

O benefício para os doentes de Parkinson

Ao serem submetidos por procedimentos como este, muitos dos pacientes com Parkinson que não podiam andar, ou sequer segurar uma xícara, agora executam essas tarefas com os pés nas costas. Seu benefício, portanto, é indiscutível.

Como fazer o seu cérebro crescer

Pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, descobriram que as pessoas que fazem caminhadas a pé todos os dias são beneficiadas com o aumento em seu hipocampo, uma região do cérebro que controla as novas memórias. E esse aumento é realmente significativos: eles verificaram um aumento de 2% depois de um ano fazendo caminhadas de 40 minutos pelo menos três vezes por semana.

Cá entre nós, está fácil!

Como eles chegaram a esses valores?

Os pesquisadores dividiram 120 idosos com idade média de 66 anos, que não tinham demência, em dois grupos: um grupo de alongamento e um grupo de caminhada. O grupo que caminhou teve um aumento no hipocampo, enquanto o grupo de alongamento não apresentou aumento alguma nessa região do cérebro. Esse estudo é de 2010 e foi publicado na revista Proceedings, da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos.

Normalmente, essa área do cérebro diminui cerca de 1 a 2 por cento ao ano em adultos, disse o Dr. Jay Van Gerpen, aumentando seu risco de desenvolvimento de doenças como Alzheimer.

Conclusão

Desligue seu computador e vá fazer uma caminhada. Seu cérebro agradece.

Fonte: hypescience

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