Incríveis idéias se ocultam sob o manto da invisibilidade


É fato que a humanidade, desde o primeiro dia de sua existência até agora, avançou absurdamente no quesito conhecimento científico. Mas também é fato que uma quantidade inimaginável de coisas ainda estão para ser descobertas. E, ainda assim, não descobrimos muitas delas.

Seria interessante pensar que uma capa da invisibilidade, como a criada pela romancista J. K. Rowling na série best seller Harry Potter, está escondendo importantes teorias e objetos de nós, como a resposta de problemas como o das lentes perfeitas, que é um enigma para os pesquisadores há muito tempo.

A lente perfeita

O físico John Pendry é um dos que estudam as lentes perfeitas, além de muitos outros tópicos.

Para Pendry, uma lente perfeita poderia ser uma dessas ideias que simplesmente não conseguimos dominar ainda, mas que seriam muito bem-vindas aos cientistas se finalmente compreendida. E não é à toa que ela está tão bem escondida dos físicos: o conceito de uma lente perfeita é profundo e extremamente complexo, uma vez que a própria lente é uma coisa complicada. A perfeita reconstruiria cada ponto de um objeto em uma imagem sem perda de detalhes.

Quase lá

Um microscópio comum ou telescópio não pode ver detalhes em uma escala menor do que o comprimento de onda da luz. Mas Pendry percebeu que era possível quebrar esse limite de difração. A grade questão era: como?

Ele sabia que o engenheiro russo Victor Veselago havia teorizado uma lente feita de um material com índice de refração negativo. Em 1999, então, Pendry verificou se tal lente poderia ser perfeita, já esperando a resposta habitual: que não seria perfeita. Só que em teoria, tudo apontava que ela era mesmo perfeita.

O mecanismo de uma lente perfeita é muito estranho. E Pendry ainda recebe cartas dizendo que tudo o que sua teoria encontrou não é verdadeiro. Para acabar com a dúvida de uma vez por todas, a melhor coisa seria comprovar na realidade a lente perfeita.

Como é que a lente perfeita poderia ir de possibilidade teórica a uma realidade?

É aí que entra o conceito de metamateriais. Esse conceito abriu o campo de possibilidades dos físicos.

Um metamaterial é um material cujas propriedades elétricas e magnéticas são determinadas tanto por sua estrutura quanto por sua composição química, embora a estrutura deva estar em uma escala muito menor do que o comprimento de onda da luz que você está usando.

O verdadeiro pontapé inicial veio quando Pendry trabalhou com uma equipe em San Diego, nos Estados Unidos, que fez o primeiro material que tinha um índice de refração negativo, o que era uma espécie de Santo Graal para o electromagnetismo.

A lente perfeita é muito difícil de ser feita no laboratório. Pesquisadores têm conseguido uma resolução de sub-comprimento de onda que é mais de 10 vezes tão boa como uma lente normal, mas está muito longe de ser utilizada em um microscópio.

Mas estas lentes perfeitas poderiam ser utilizadas para qualquer outra coisa?

A equipe de pesquisa de Pendry, que fica em Londres, está trabalhando em uma espécie de colhedora de luz. Ela tem a capacidade de concentrar luz sobre uma área muito pequena.

Normalmente a área que você pode encolher até vai ser limitada pelo comprimento de onda da luz que você está usando, como uma lente comum faz. Eles, contudo, estão usando metamateriais para concentrar a luz sobre uma área menor que um nanômetro quadrado.
Depois de conseguirem cumprir esse objetivo, eles terão potencial para fazer sensores de moléculas individuais.

Acho que podemos esperar ver esses metamaterias em um Prêmio Nobel em um futuro não muito distante.

Fonte: hypescience

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