5 fatos fascinantes sobre corações artificiais


Corações artificiais foram usados pela primeira vez em um ser humano em 1969. A criação desta tecnologia fascinante parece algo saído das histórias do agente Macgyver.

15 anos antes de criar um coração, o Dr. Willem Johan ‘Koff’ Pim construiu um rim rotativo a partir do alumínio de um avião de combate alemão destruído (ele estava na Holanda, havia um monte desses por lá em 1942), uma bomba de água de um Ford Modelo T, um tanque de esmalte e 40 metros de celofane normalmente utilizados como pele artificial em salsichas.


Depois disso, o sucesso finalmente arranjou-lhe um emprego em Cleveland, nos EUA, e as coisas decolaram de lá. Em 1957, Koff e o Dr. Tetsuzo Akutsu criaram um coração artificial que manteve um cão vivo por 90 minutos.

Em 1969, seis anos após o primeiro coração artificial ser patenteado por um ventríloquo (é sério! – seu nome era Paul Winchell, e quem o ajudou foi o Dr. Henry Heimlich, que mais tarde se tornou famoso por seu método para salvar pessoas com asfixia, aquele famoso abraço que força uma tosse, expelindo o que quer que esteja causando o problema), um coração artificial desenhado pelo Dr. Domingo Liotta foi colocado em um humano pelo Dr. Denton Cooley no Instituto do Coração do Texas, nos EUA. O paciente viveu com o coração artificial por 64 horas mas, ironicamente, morreu 32 horas depois de um transplante de coração real.

De 1969 até agora, houve 1.413 corações artificiais implantados em pacientes com insuficiência cardíaca. No futuro, se fundamentalistas religiosos não atrapalharem, teremos corações crescendo de nossas próprias células-tronco adultas, sem imunossupressores ou listas de espera. Mas isso ainda é um sonho.
Enquanto esse momento não chega, veja 5 razões pelas quais corações artificiais são bastante importantes – e curiosos:

A demanda por substituição do coração supera a oferta

As pessoas estão mais gordas e isso significa mais doenças cardiovasculares e insuficiência cardíaca. De acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, existem 4.000 estadunidenses esperando por um transplante de coração, mas apenas cerca de 2.300 doadores de coração por ano – é pouco provável que esse número aumente, já que ele tem se mantido estável nos últimos 20 anos. Os números na Europa são semelhantes. O Departamento de Saúde e Consumidores da Comissão Europeia diz que houve 2.004 transplantes em 2012, mas 3.400 pessoas na lista de espera.

96% dos corações artificiais são da mesma marca

Desde 1969, houve 13 projetos diferentes, mas 96% dos mais de 1.400 em funcionamento atualmente são do mesmo fabricante, chamado SynCardia. Ele responde por 1.352 de todos os corações artificiais – quase 500 destes foram implantados desde 2010.

Eles duram bastante

Corações artificiais foram feitos para ser um tapa-buracos temporário até que um substituto possa ser obtido, mas às vezes a espera por um transplante pode ser maior do que o esperado. Um terço dos beneficiários usa esses corações por mais de um ano. Um paciente teve um por quase quatro anos antes de conseguir um transplante. Outro, chamado Chris Marshall, percorreu mais de 900 km com o coração artificial. Se fazer isso com um coração verdadeiro já soa difícil, com um coração mecânico é bastante impressionante.

Corações artificiais são confiáveis

O número global de corações artificiais é pequeno, mas as estatísticas são bastante favoráveis. Nas últimas três décadas de uso, as válvulas nunca falharam e o diafragma, responsável pelo bombeamento de sangue dentro e fora de cada ventrículo, tem uma taxa de confiabilidade de 99%.

Eles estão começando a ser usados em crianças

Corações precisam se encaixar corretamente, o que fez com que a tecnologia precisasse melhorar antes de corações artificiais serem usados ​​em pessoas menores, boa parte das mulheres e crianças. Somente nos últimos anos corações artificiais vem sendo utilizados em menores de idade. Em 2011, o menino Patrick Hora Alves, de 10 anos, recebeu o primeiro transplante de coração infantil 100% brasileiro. O aparelho, entretanto, dependia de um mecanismo externo e só podia ser usado dentro de um hospital.

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