Maior aterro do mundo possui 7 milhões de pneus e pode ser visto do espaço


No Kwait, mais especificamente na região desértica de Sulaibiya, existe esse aterro pra lá de gigantesco, onde são descartados os pneus usados oriundos de diversas partes do mundo — principalmente dos Estados Unidos da América — que pagam para usar esse lixão.


A extensão do deserto que já foi tomada por esse depósito de lixo atinge tal proporção que pode até ser vista do espaço. E o depósito está aumentando.

A pergunta que se faz é:

— Por que tais resíduos não são reciclados?

A resposta é a mesma de sempre:

— É mais barato largá-los no ambiente.

Se a população local reclamar o jeito é enviá-los para longe. De preferência em lugares desertos.

Isso nos leva a argumentar sobre a necessidade de leis internacionais mais rigorosas.

O ato de simplesmente abandonar um resíduo no solo, não está apenas adiando a resolução do problema. Está tornando esse problema maior.

A ação das intempéries desencadeia processos complexos e aleatórios que culminam invariavelmente no incremento do potencial de contaminação de tais resíduos que não se restringem simplesmente ao local de seu descarte.

Um dos exemplos mais gritantes é fato de que o acúmulo de pneus e outros resíduos de borracha em uma mesma área tende a produzir incêndios espontâneos. Mesmo em aterros.


Tais ocorrências, além de intensificarem a poluição do solo — pela disposição de toda uma gama de materiais tóxicos presentes e/ou gerados por e em suas cinzas — bem como produzem, concomitantemente, poluentes gasosos que se difundem pela atmosfera.

Dessa feita, fica cada vez mais evidente a conclusão que a poluição realizada por cada nação, não se restringe tão somente ao seu solo pátrio.

Cedo ou tarde seus efeitos são sentidos em todo o planeta.

O processo de vulcanização da borracha inclui o enxofre na constituição desses materiais, por conseguinte, a sua queima tende a formar óxidos de enxofre, tais como os anidridos sulfuroso e sulfúrico, que transportados pelas correntes aéreas migram para regiões populosas produzindo chuvas ácidas e todo um contingente de mazelas respiratórias.

Por essa razão que tal prática é considerada ilegal na Europa, desde que em 2006 a União Europeia proibiu a utilização de aterros para o descarte de pneus e de outros resíduos similares.

As razões dos europeus não são as mesmas para qualquer cidadão em qualquer região do mundo.

É claro que a proibição simples e crua, não resolve o problema.

São necessárias além das leis, forças políticas que as façam cumprir — seja pela fiscalização oficial — seja pelo engajamento da população.

— Há que se dizer que o rigor das leis ambientais se manifeste com pesadas multas, de tal forma que onere proibitivamente o simples descarte e obrigue as indústrias produtoras de tais materiais que se responsabilizem pelo destino final de seus rejeitos, desenvolvendo técnicas de reciclagem que tornem seus processos sustentáveis dos pontos de vistas econômico, social e ambiental.

Se isso não for feito urgentemente, quem sabe as maiores obras da humanidade a serem vistas do espaço serão montanhas e montanhas de nosso próprio lixo.

Que herança deixaremos para as gerações futuras?


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