Veja 5 novos macacos recentemente descobertos

A ecologista primata Laura Marsh, do Instituto de Conservação Global, nos EUA, descreveu cinco novas espécies de macacos saguis do gênero Pithecia, encontrados no Brasil, na Bolívia e no Peru.

Os saguis são um grupo pouco estudado de primatas nativos da América do Sul. Encontrados em florestas tropicais do Escudo das Guianas, no sopé das Cordilheira dos Andes, no Equador e no Peru, no norte da Bolívia e em toda a Bacia Amazônica, no Brasil, esses animais rápidos têm fascinado os cientistas durante anos.


Também conhecido como “macacos voadores”, eles podem fugir rapidamente para o alto das copas de árvores com uma série de saltos de até 9 metros.

Eles formam pequenos grupos de 2 a 9 indivíduos, geralmente constituídos por um único casal reprodutor e vários jovens.

Um novo estudo de dez anos, realizado pela Dra. Marsh e baseado em um grande número de amostras e fotografias, reconheceu 16 espécies distintas, sendo cinco delas recém-descritas.

Confira:

Sagui de Ryland (Pithecia rylandsi)


A espécie é nomeada em homenagem ao Dr. Anthony Rylands, cientista e pesquisador sênior da Conservation International e vice-presidente do Grupo Especialista em Primata da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).


O sagui de Ryland é um dos maiores que existem. Machos e fêmeas têm rostos nus, sem pelo, com pigmentação preta. Quando jovem, os machos são pretos com partes grisalhas. À medida que envelhecem, tornam-se quase inteiramente brancos. As fêmeas adultas podem ser tão intensamente brancas quanto os machos e os pelos de sua testa podem criar franjas.



Esta espécie é encontrada no noroeste da Bolívia, sudeste do Peru e, possivelmente, no sul do estado de Rondônia e oeste do estado de Mato Grosso, no Brasil.



Sagui de Mittermeier (Pithecia mittermeieri)


A espécie é nomeada em homenagem ao Dr. Russell Mittermeier, presidente da Conservation International e presidente de longa data do Grupo Especialista em Primata da IUCN.


Esse sagui é um dos mais variáveis de todos. O pelo dos machos adultos tem faixas brancas longas com manchas pretas, e os antebraços são densamente cobertos de pelos brancos curtos. As mãos e os pés são brancos. Possui uma “gola” laranja brilhante, que varia em densidade e extensão entre os indivíduos. A aparência da fêmea é semelhante à do macho, mas, geralmente, muito menos grisalha, especialmente quando mais jovem.


O comprimento do corpo desses animais varia de 35 a 46 centímetros, e a cauda varia entre 41 e 49 cm. A espécie é encontrada apenas no Brasil, ao sul do Rio Amazonas entre os rios Madeira e Tapajós.


Sagui de Isabel (Pithecia isabela)



A espécie é nomeada em homenagem a uma aristocrática peruana chamada Isabel Grameson Godin des Odonais, que sobreviveu na floresta tropical sozinha por quase um mês.


Machos dessa espécie tem um pelo preto pontilhado de branco. O pelo facial em formato de anel é preto em machos adultos e marrom escuro em jovens. As mãos e os pés são brancos. A fêmea é semelhante em aparência, e o pelo de seu rosto é preto e sedoso quando são jovens.

Seu comprimento corporal varia de 77 a 92 cm, com o rabo tendo 40 a 49 cm de comprimento. Esta espécie é endêmica do Peru.

Sagui de Cazuza (Pithecia cazuzai)


Se você lembrou do cantor, saiba que o nome é uma homenagem a um brasileiro, mas não o artista e sim o renomado primatologista Dr. José “Cazuza” de Sousa e Silva-Júnior.


A pelagem do macho de sagui de Cazuza é preta com as pontas pontilhadas em branco. As mãos e os pés são brancos. A pele do rosto é preta. As fêmeas têm pelo preto, mãos e pés brancos com apenas os punhos levemente castanhos.

Esse animal tem um comprimento corporal de 35 a 60 cm. Os machos costumam ser maiores que as fêmeas. O comprimento da cauda varia entre 30 a 49 cm. A espécie é encontrada no Brasil, apenas na região do Rio Solimões, em ambos os lados do Rio Juruá (que desagua no Solimões) em Fonte Boa e Uarini.

Sagui de Pissinatti (Pithecia pissinattii)



A espécie é nomeada em homenagem ao Dr. Alcides Pissinatti, um veterinário brasileiro, diretor e cofundador do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro e vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências Veterinárias.




Os machos adultos têm uma juba distinta em tons de laranja. Os machos mais jovens são muito malhados em geral, bem como as fêmeas. Machos adultos nem tanto. Seus rostos são principalmente nus e avermelhados, tendendo para o preto em fêmeas mais velhas.

Esta espécie tem um comprimento corporal de 41 a 55 cm. A cauda varia entre 42 a 52 cm. O sagui de Pissinatti é encontrado somente no Brasil, ao sul do Rio Solimões, entre os rios Purus e Madeira.

O estudo com esses saguis aumenta o número de primatas no Brasil para 145 – a maior diversidade entre qualquer nação do mundo.

Fonte: hypescience.com

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