Cintura mais larga aumenta em 33% o risco de câncer de mama


Segundo um novo estudo publicado na revista científica BMJ Open, usar um tamanho de saia maior durante um período de 10 anos está ligado a um rico 33% maior de desenvolver câncer de mama após a menopausa.

Ganho de peso durante a vida adulta é conhecido por ser um fator de risco para o câncer de mama, mas a pesquisa indica que o espessamento da cintura parece ser particularmente prejudicial.



Como o estudo foi observacional, nenhuma conclusão definitiva pode ser tirada sobre causa e efeito, mas uma cintura em expansão já foi associada a outros tipos de câncer, incluindo o de pâncreas, de útero e de ovários, possivelmente porque a gordura da barriga é mais nociva do que a encontrada no resto do corpo.

O estudo

Os pesquisadores basearam seus resultados nos dados de quase 93 mil mulheres que fizeram parte de um grande estudo do governo da Inglaterra. As mulheres tinham todas mais do que 50 anos, haviam passado pela menopausa e não tinham câncer de mama quando entraram no estudo, entre 2005 e 2010.

A maioria era branca, tinha educação de nível superior e excesso de peso no momento da entrada no estudo, com um IMC de 25 a 26.

No momento da inscrição na pesquisa, as participantes forneceram informações detalhadas sobre sua altura e peso (IMC), saúde reprodutiva, fertilidade, histórico familiar de câncer de mama e de ovário, uso de contraceptivos hormonais e terapia de reposição hormonal, todos fatores que influenciam o risco de câncer de mama.

Elas também informaram qual era seu tamanho atual de saia, e qual tamanho usavam na casa dos 20 anos.

Após um período de acompanhamento de três a quatro anos, elas responderam novamente a questões, como a continuidade do uso de terapia de reposição hormonal, seu estado geral de saúde, um diagnóstico de câncer e seu estilo de vida, incluindo o quanto fumavam e bebiam.

Durante o estudo, 1.090 mulheres desenvolveram câncer de mama, o que significa um risco absoluto de pouco mais de 1%.

Como esperado, o tratamento para infertilidade, histórico familiar de câncer de mama e de ovário e uso de terapia de reposição hormonal foram significativamente associados com um risco maior de ser diagnosticada com a doença, enquanto gravidezes tiveram um efeito protetor.


Depois de levar em conta outros fatores influentes, o aumento no tamanho da saia apareceu como o mais forte preditor do risco de câncer de mama.

Saia x câncer

Na idade de 25 anos, o tamanho médio da saia das mulheres era de 12 no Reino Unido (o equivalente a 42 no Brasil). Quando elas entraram no estudo, com a idade média de 64 anos, era de 14 (44 no Brasil).

A análise revelou que aumentar até um tamanho de saia a cada 10 anos foi associado com um risco 33% maior de desenvolver câncer de mama após a menopausa. Aumentar dois tamanhos de saia no mesmo período foi associado com um risco 77% maior.

Os pesquisadores estimam que o risco absoluto de câncer de mama na pós-menopausa aumenta de 1 em 61 para 1 em 51 com cada aumento no tamanho da saia a cada 10 anos. Adicionar o IMC das mulheres aos cálculos não melhorou significativamente a predição de risco.

Embora o mecanismo exato dessa relação precise ser melhor compreendido, há uma sugestão de que a gordura corporal em torno da cintura é metabolicamente mais ativa do que o tecido adiposo de outros lugares.

De acordo com os pesquisadores, a gordura extra na cintura é conhecida por aumentar os níveis do hormônio feminino estrogênio, o qual muitas células cancerosas da mama usam como combustível.

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