Altruístas extremos possuem cérebros únicos


O altruísmo é um mistério para psicólogos e biólogos evolucionistas há séculos.

Parece algo contraditório, do ponto de vista da evolução e da sobrevivência, que os seres humanos ajudem os outros para seu próprio prejuízo. Ainda assim, não só alguns de nós fazem isso o tempo todo, como a maioria se sente realmente bem ao realizar um ato altruísta.


Agora, um novo estudo da Universidade Georgetown e da Universidade de Washington em Seattle (ambas nos EUA) que analisou a biologia de pessoas muito altruístas descobriu que elas possuem um cérebro diferente das outras pessoas. Aliás, essa diferença é o exato oposto da diferença que o cérebro dos psicopatas tem em relação à média das pessoas.

Em resumo, uma região específica do cérebro que desempenha um papel importante na capacidade das pessoas de cuidar e se importar com os outros é maior que o normal nos altruístas extremos, e menor que o normal nos psicopatas.

O estudo

Os pesquisadores optaram por estudar “altruístas extremos”, e por isso escolheram para o estudo pessoas que doaram um rim para alguém que nem sequer conheciam.

Amígdala maior

O lado direito da amígdala dos altruístas era 8% maior do que o de pessoas que não tinham doado um órgão.

Estes resultados oferecem um contraste impressionante com a pesquisa anterior da equipe no cérebro de psicopatas.

Em seu estudo de 2013, eles mostraram imagens de ferimentos dolorosos para 14 adolescentes com traços psicopáticos e para um grupo de controle. Os cientistas descobriram que a amígdala direita em psicopatas era menor e menos ativa do que a de uma pessoa normal. Psicopatas também eram muito menos sensíveis à dor dos outros, indicando uma menor capacidade de sentir compaixão.

Por isso, os pesquisadores acreditam que a nossa arquitetura neurológica, especificamente a amígdala, ajuda a moldar nossas tendências altruístas.

A amígdala pode atuar como “bússola moral” do cérebro – ligada em pessoas compassivas e desligada em psicopatas.

No futuro, os pesquisadores planejam examinar como o cérebro dos altruístas respondem a outros estímulos, tais como expressões de dor ou tristeza, posturas corporais e vozes.

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