A era das descobertas ainda não acabou. Um cânion colossal, o maior da Terra, foi encontrado sob uma camada de gelo na Groenlândia. Os cientistas anunciaram a descoberta na revista Science, em 2013.
“Você acha que já sabe tudo o que existe na superfície da Terra, mas não sabe”, disse Jonathan Bamber, autor do estudo e geógrafo da Universidade de Bristol, no Reino Unido. “Ainda há muito a se aprender sobre o nosso planeta.”
O grande desfiladeiro serpenteia o norte de Summit, o ponto mais alto no centro da Groenlândia, em direção à geleira Petermann, na costa noroeste, cobrindo mais de 750 km. Pesquisadores acreditam que o cânion pode ser ainda maior, mas ainda não têm os dados para provar isso.
A ampla falha tem 800 metros de profundidade e 10 km de largura, semelhante ao Grand Canyon dos Estados Unidos, disseram os pesquisadores. As distintas paredes em forma de V e o fundo plano sugerem que a água esculpiu o vale enterrado, não o gelo, Bamber disse. Embora não seja o mais profundo cânion do mundo, é o mais longo, superando com folga os 496 quilômetros de extensão do Yarlung Tsangpo Grand Canyon, na China.
Os pesquisadores há muito tempo estão intrigados com o que acontece com a água sob a camada de gelo da Groenlândia. A Groenlândia curva para dentro como uma tigela de sopa, mas a fusão da água sob o lençol de gelo interior parece escorrer para o mar, em vez de se reunir no centro. Bamber e seus colegas acham que o cânion no norte pode rotear parte da água líquida para o oceano.
O cânion é anterior a camada de gelo que cobria a Groenlândia permanentemente há 1,8 milhões de anos, disse Siegert. O canal de curvas percorre todo o noroeste da Groenlândia, e termina em um fiorde profundo preenchido pela Geleira Petermann.
A descoberta foi possível graças a dados de radar recolhidos pela Operation IceBridge, da NASA, e muitas outras pesquisas no Ártico. O radar de bordo do avião IceBridge penetra no gelo, revelando a paisagem sob ele.
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