Como criar um coelho invisível no braço de alguém


Quer aprender um truque novo de mágica? Ninguém melhor que o seu próprio corpo para ensinar.

O cérebro humano é, talvez (ou com certeza), o órgão mais mal usado de todo o nosso organismo. Quantas pessoas você conhece que não usam bem a cabeça?

Além de casos óbvios de más decisões, também aproveitamos pouco os truques que nosso cérebro é capaz de realizar. Por exemplo, ele pode nos ajudar a criar uma ilusão mais legal que um truque de mágica tradicional: com apenas alguns movimentos simples, você pode fazer com que seus amigos acreditem que há um animal invisível rastejando sobre eles.

Como fazer o truque

É fácil. Você precisa apenas de um pouco de coordenação entre seus movimentos e alguns amigos de longa data. Porque tem que ser amigos de verdade? Bom, porque eles já conhecem você e sabem que, vindo de você, o truque vale a pena de ser testado.

Só para garantir a eficiência dessa mágica, vamos começar com você mesmo.

O truque do coelho invisível é simples. Toque, rapidamente, em dois pontos diferentes do seu corpo. Os melhores locais são até perto do seu cotovelo, e depois para baixo perto de seu pulso. Continue a tocar, cotovelo, punho, cotovelo, punho, e veja o que você sente. Pouco tempo depois, você deve começar a sentir como se houvesse um animal invisível pulando, se deslocando no seu braço.


Porque o truque funciona

A ilusão funciona, em parte, porque o nosso cérebro, e não os nossos nervos, determina a forma como experimentamos o mundo. O cérebro não é de todo ruim em interpretar estímulos, mas ele recebe uma série de outras informações para interpretar. Então, no quesito estímulo, ele acaba fazendo interpretações de acordo com suas experiências passadas.

O negócio é que essas experiências não incluem uma batida rápida e sincronizada em lugares diferentes do seu braço, mas elas de fato incluem um movimento lento que vai de um ponto até outro. Então, quando fazemos essa experiência, submetemos nosso cérebro a uma sensação completamente estranha, e a reação dele é interpretá-la de forma familiar, de acordo com as sensações que ele conhece.

O cérebro é ajudado nesta ilusão pelo fato de que nem todas as partes do seu corpo são um território tão familiar quanto você pensa. Somos muito bons em entender o que está acontecendo com partes sensíveis, frequentemente tocadas do nosso corpo – como os nossos dedos ou a nossa cara. O território entre o cotovelo e o pulso, por exemplo, é uma das áreas menos tocadas e, consequentemente, pouco conhecidas pelo cérebro.

Embora a gente saiba que algo está nos tocando por volta dessa área, não sabemos exatamente onde (ou pelo menos nosso cérebro não sabe), e 
isso é mais fácil “inventar” um local.

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