Como os golfinhos se drogam e passam o “baseado” para os companheiros


Você já deve ter ouvido falar que golfinhos compartilham muitos traços com os humanos, como bravura, ciúme e até mesmo senso de humor. No entanto, parece que eles compartilham alguns vícios preocupantes também.

Usando uma câmera de controle remoto disfarçada como uma tartaruga marinha, biólogos observaram jovens golfinhos ingerindo uma toxina liberada por um baiacu (ou peixe-balão). Além disso, os golfinhos foram vistos passando-o ao redor.

Baiacus, quando provocados, protegem-se liberando uma toxina que pode ser mortal. Mas os golfinhos parecem ter descoberto uma forma de fazer o peixe liberá-la na quantidade certa.
“Este foi um caso de jovens golfinhos propositadamente experimentando algo que sabemos ser intoxicante”, observou o zoólogo Rob Pilley. Depois de mastigar o baiacu e passá-lo de um para o outro, os golfinhos pareciam ter entrado em um estado de transe.

Em um ponto, os animais foram filmados flutuando logo abaixo da superfície da água, aparentemente fascinados por suas próprias reflexões, como se estivessem “chapados”.

É, parece que podemos acrescentar “uso de drogas” para a longa lista de maus comportamentos dos golfinhos, lista tal que inclui assédio moral, estupro e assassinato (se intoxicar de propósito parece um delito menor em comparação).

Documentário chocante

O comportamento foi gravado pelos criadores do documentário “Dolphins: Spy in the Pod”, uma série produzida para a BBC One. Confira o trailer (em inglês):



O zoólogo e produtor da série Rob Pilley disse que essa é a primeira vez que golfinhos são registrados se comportando desta maneira. “Nós vimos os golfinhos lidar com o peixe de maneira muito suave e delicada, como se não quisessem perturbá-lo demais ou matá-lo. Como resultado, o peixe lançou toxinas. Os golfinhos então pareciam estar hipnotizados”.

Ele insistiu que a cena não poderia ter sido um evento único, dizendo: “Os golfinhos estavam especificamente e deliberadamente manuseando-o com cuidado”.

O documentário também deve mostrar uma mãe ensinando seu filhote a pegar peixes e saltar da água. As melhores cenas foram selecionadas de cerca de 900 horas de material bruto coletado ao longo de um ano em todo o mundo, incluindo EUA, Costa Rica, África do Sul, Argentina e Austrália. As imagens com o baiacu foram feitas em águas perto de Moçambique.

A equipe de filmagem também mergulhou cerca de 1.500 vezes, gastando cerca de 3.000 horas filmando o mar com as criaturas em todos os tipos de clima.
Infelizmente, não temos o vídeo real dos golfinhos “se drogando”, mas esse vídeo feito por Joseph Cox em 2012 mostra golfinhos brincando com um baiacu:


Vale lembrar, ainda, que não é certeza que os animais estavam se drogando, no “sentido humano” da palavra. Cientistas de fato apontam que os golfinhos intencionalmente usaram o baiacu para seu próprio entretenimento, mas, como bichos espertos que são, eles devem saber que o peixe é um risco um pouco perigoso demais.


Alguns críticos argumentam que os golfinhos podem ter acidentalmente brincado com a pequena bombinha venenosa, mas não acreditam que eles usam a toxina regularmente para “ficar chapado”. Isso porque o veneno do baiacu não faz muito sentido como droga (e vamos ser honestos, se fizesse, os humanos já a estariam usando). 

Em doses muito baixas, a tetrodotoxina causa dormência, formigamento e uma ligeira tontura (que o fugu, a preparação japonesa de carne de baiacu cru, também causa), mas não altera mentes, que é o principal efeito que quem usa narcóticos busca. A toxina não atravessa a barreira hemato-encefálica, então não muda a percepção ou melhora a sensação dos animais. 

Fonte: hypescience.com

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