Até quanto nossa expectativa de vida pode aumentar?


Há poucos séculos, a ideia de viver por mais de 70 anos soava quase fantasiosa. Hoje, em países desenvolvidos, em média 80% da população têm uma expectativa de vida que atinge essa marca. Contudo, fica a pergunta: até que ponto o ser humano será capaz de estender sua vida?

Prazo de validade cromossômico

Enquanto alguns animais vivem por apenas alguns dias (como certas espécies de moscas), outros batem recordes de longevidade, como tartarugas gigantes e baleias-da-groenlândia, que podem chegar a 200 anos. Entre plantas, o tempo de vida é ainda mais impressionante: 3 mil anos para sequoias gigantes, 5 mil anos para alguns tipos de pinheiro. Por fim, temos até uma espécie de hidra supostamente imortal.

Essa variedade inspira estudos em busca de um “prazo de validade natural”, um limite em que o organismo já não é capaz de se manter. Em 1961, o gerontologista Leonard Hayflick publicou os resultados de uma pesquisa feita nessa linha, no qual ele e sua equipe concluíram que as células da pele humana são capazes de se dividir cerca de 50 vezes até se tornarem senescentes (incapazes de se dividir). Esse “número máximo” de divisões celulares é conhecido como limite de Hayflick e varia de acordo com o tipo de organismo e o tipo de célula.

Anos mais tarde, a bióloga Elizabeth Blackburn e seus colegas descobriram que o limite de Hayflick está relacionado com os telômeros (segmentos de DNA localizados nas “pontas” de cromossomos): a cada divisão celular, eles diminuem um pouco. Quanto mais curto for o telômero de uma célula, maiores as chances de ela se tornar senescente.

Limites incertos

Apesar do inegável peso do limite de Hayflick, ainda não se sabe até que ponto ele é responsável pela expectativa de vida de um organismo. Em testes de laboratório, amostras celulares de idosos se dividem tanto quanto amostras celulares de pessoas jovens.

O encurtamento dos telômeros, até onde se sabe, afeta apenas determinados tipos de células e não ocorre em todo o ciclo de vida delas. Além disso, ratos de laboratório, embora tenham telômeros mais longos que os de seres humanos, vivem por 40 vezes menos tempo.
No corpo humano, as células normalmente são regeneradas ou substituídas (por células-tronco) antes de se tornarem senescentes, e o envelhecimento é causado por um desgaste mais geral – e não apenas por conta do limite de Hayflick.

Até o momento, pesquisas sobre longevidade normalmente focam no combate a doenças e em dietas e hábitos que diminuam o desgaste do organismo. Diante de tanta complexidade, é difícil saber o que a ciência nos reserva em relação a expectativa de vida.

Fonte: hypescience.com

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